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Saúde emocional e financeira

15/09/2021 - Icatu

Com as profundas transformações culturais, políticas, sociais e econômicas que estamos atravessando, é natural se sentir despreparado para os desafios do mundo. Ainda mais sendo atropelado por uma pandemia, que impõe o isolamento físico e desencadeia uma crise econômica de proporções históricas.

Em agosto, o Google registrou no Brasil aumento de cinco vezes na busca de termos relacionados a ansiedade, em relação ao mesmo período em 2014. A depressão já é considerada o mal do século XXI, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas há luz no fim do túnel. Existem muitos recursos para a ajudar as pessoas a atravessarem o momento difícil.

Inadimplentes sofrem mais

Um dos fatores que vem alterando o bom humor dos brasileiros é não poder pagar as contas em dia. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em 2019 apontou que 85% dos endividados sofreram com sentimentos negativos como ansiedade, estresse e irritação, tristeza e desânimo, angústia e vergonha.1

Mas ter muito dinheiro também não é garantia de felicidade. “Tem gente que, conforme ganha mais, vai ficando mais infeliz. A pessoa vai ficando mais paranoica, não confia mais em ninguém, fica com medo que todo muito vai explorar, tem medo de sequestro…”, alerta a psicanalista e doutora em Psicologia Econômica Vera Rita de Mello Ferreira. Segundo ela, a felicidade não aumenta conforme a pessoa ganha mais dinheiro. “Paz de espírito, grana nenhuma paga”, diz a especialista, que comanda o canal Pílulas de Psicologia Econômica, no YouTube.

A questão financeira afeta também a relação a dois. Segundo outro estudo também do SPC, 46% dos casais brasileiros brigam por dinheiro. E mais: desentendimentos causados pelo desequilíbrio nas contas são a segunda maior causa de divórcios no país.

O que é saúde financeira

Considera-se que uma pessoa tem saúde financeira quando suas finanças estão em equilíbrio e ela se sente calma e segura para viver sua rotina. Segundo especialistas, se você consegue arcar com suas despesas mensais, está preparado para gastos imprevistos, consegue economizar dinheiro para realizar seus projetos – sem perder de vista a aposentadoria –, isso significa que está no caminho certo.

Infelizmente essa capacidade de lidar bem com as contas não é inata e depende de várias questões, relacionando-se inclusive com vivências da infância. Nesse caso, vale ficar atento a alguns sinais de alerta. Embora sejam sintomas bastante claros, muitas vezes a pessoa está tão envolvida em sua rotina, que não os percebe.

Sinais de alerta

  • Ter contas pagas em atraso, seja por falta de fundos ou por esquecimento, levando à cobrança de juros e multa é sinal de que a pessoa está sendo negligente com a saúde financeira.
  • Fazer uso frequente do cheque especial é outro sintoma de descontrole. Especialmente porque os juros costumam ser exorbitantes.
  • Pagar a fatura do cartão de crédito sempre no valor mínimo é mais um sinal de alerta. Os juros são altíssimos e a dívida vira outra bola de neve.
  • Ainda sobre o cartão, ter acesso ao crédito bloqueado deve ser encarado com muito cuidado.
  • Ter compras parceladas em excesso também demonstra descontrole, o que compromete as contas dos meses seguintes.
  • Estar endividado, receber cobradores, ser contatado por empresas de cobrança e advogados é mau sinal.
  • Voltar todo dia para casa com uma sacola de roupa nova pode revelar que as compras estão servindo como válvula de escape para questões emocionais.
  • Utilizar de forma desmedida de créditos pode indicar graves problemas.

Hábitos das pessoas financeiramente saudáveis
Quando o assunto é dinheiro, cada pessoa lida de uma forma diferente. E, para conquistar a tão almejada saúde financeira, não existe uma fórmula única. Nesse caso, a dica é imitar os hábitos comuns das pessoas saudáveis financeiramente. Veja alguns:

Ter as contas organizadas
Saiba quanto ganha e quanto gasta a cada mês. Faça uma planilha de orçamento, anotando suas receitas e despesas de forma detalhada. Discrimine despesas essenciais de não essenciais.

Planejar-se
Liste os seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Coloque seus sonhos no papel. Uma pessoa que não tem planos bem definidos não vê sentido em poupar.

Viver conforme seu padrão de vida
Será que você consegue gastar menos do que ganha? Não fique pendurado em dívidas ou preso em despesas mensais muito altas que levam parte importante da sua receita. Antes de sair gastando como um rei, encontre maneiras de aumentar suas receitas.

Investir
Invista uma fatia da sua renda pessoal todo mês. Guarde uma parte como sua reserva de emergência e outra para realizar seus sonhos.

Evitar o cartão de crédito
Evite pendurar muitas contas no cartão e pague o valor total da fatura sempre que possível. Crédito não é dinheiro. Se você consegue manter o controle, vale usar o cartão para aproveitar vantagens como o parcelamento sem juros.

Refletir antes de consumir
Ao sentir aquela vontade irresistível de comprar algo que não seja de sua necessidade básica, responda a três perguntas: Eu preciso? Eu tenho dinheiro? Tem que ser agora? Se você responder “sim” às três, está liberado. Se não, melhor deixar a carteira guardada.

Não se expor às tentações
Se você sabe que as compras são uma tentação, troque o passeio no shopping por uma caminhada ao ar livre, junto à natureza. Pare de seguir nas redes sociais aqueles influencers que ficam exibindo e valorizando seus objetos de desejo. Cancele os recebimentos de e-mails e mensagens das suas lojas preferidas.

Educar-se
Busque informação. Existem diversas plataformas de educação financeira voltadas para os mais diferentes perfis. Identifique as mais adequadas às suas necessidades. Cursos de finanças, especializações e outras qualificações também são ótimos recursos.

Pagar as contas em dia
Evite pagar os juros das contas em atraso. Programe-se para pagar suas faturas em dia e sempre no menor valor. Utilize o débito automático.

Planejar a aposentadoria
Como você vai manter o padrão de vida na velhice? Como vai arcar com as despesas de cuidadores, planos de saúde e medicamentos? Se você não é herdeiro de uma boa fortuna, vale contratar um plano de aposentadoria. O quanto antes começar, menos terá que investir por mês.

Contar com seguros
Conte com os recursos dos seguros para pagar aquelas despesas inesperadas, como um acidente de carro ou uma cirurgia. Ou até mesmo uma invalidez para o trabalho. Planeje sua herança com um seguro de vida. Contrate seguros: de saúde, vida, carro, casa etc



Promovendo a reaproximação dos diversos profissionais que se aposentaram pela Souza Cruz através de um ambiente de companheirismo e respeito mútuo.