Excesso de vitamina D intoxica e pode levar à falência renal; veja sintomas
14/06/2022 - UOLA absorção da vitamina D ocorre principalmente via exposição ao sol, mas muitas pessoas sofrem com deficiência da substância. Por isso, suplementá-la é uma opção, mas o excesso pode causar diversos problemas à saúde, incluindo a falência renal.
"A vitamina D aumenta a capacidade de absorver cálcio. Mesmo tendo uma dieta normal do nutriente, quando se começa a aumentar os níveis de vitamina D no sangue, cresce também o cálcio", explicou o nutrólogo Eric Slywitch, mestre em nutrição pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em entrevista ao VivaBem durante o congresso Ganepão, realizado na capital paulista nesta semana.
De forma prática, quanto mais vitamina D a pessoa tem no corpo, maiores serão também os níveis de cálcio. O risco é que, com suplementação além do necessário, ocorra hipercalcemia —quando há alto índice de cálcio no corpo. Isso pode causar diversas alterações, sendo a calcificação dos rins uma das mais graves.
"Quando pensamos na absorção natural de vitamina D, a pele tem capacidade de inativar a quantidade que produz. Se começar a produzir muito, ela mesmo bloqueia. O suplemento não, ele vai chegar com tudo", alerta Slywitch.
Quais os sintomas da intoxicação de vitamina D e as possíveis complicações?
Segundo o nutrólogo, as alterações renais e cardiovasculares exigem maior atenção como complicações dos quadros de intoxicação por vitamina D. Mas outros sintomas podem surgir, ligando o alerta para diagnosticar o quadro, entre elas:
- Alterações cognitivas (como: falta de concentração e confusão);
- Sonolência e fraqueza;
- Depressão;
- Psicose;
- Náusea e vômitos recorrentes;
- Dor abdominal;
- Constipação intestinal;
- Úlcera;
- Anorexia;
- Pancreatite;
- Pedra nos rins.
Em casos graves, também há casos de estupor (perda de consciência) e coma.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico da intoxicação por vitamina D pode ser feito por meio de exame de análise do cálcio. "Se tem muito cálcio saindo pela urina deve ser um fator preocupante para os médicos", diz o nutrólogo Eric Slywitch. Por isso, uma das análises é exame de urina de 24 horas, que detecta eventuais alterações renais.
A identificação, no entanto, pode ser difícil. Isso porque outras condições de saúde conseguem influenciar o resultado, necessitando de uma avaliação profunda para entender se a vitamina D está ou não prejudicando o paciente.
Durante todo o período de suplementação também é importante analisar os níveis de cálcio, justamente para identificar problemas nos primeiros sinais, indica Slywitch.
Isso reforça os riscos da auto-suplementação, que deve ser acompanhada por profissionais especializados para favorecer o acompanhamento personalizado e evitar problemas secundários.
Tratamento Segundo Slywitch, o quadro de hipercalcemia pode seguir por até 18 meses após o início do tratamento. As intervenções são individuais, mas há suspensão imediata da suplementação, controle do consumo de cálcio e necessidade de maior ingestão de água. Algumas medicações podem ser administradas, inclusive para aumentar o volume de urina e liberação de cálcio.
Continue navegando no site. Confira essa outra matéria: https://www.apasc.com.br/noticias/alimentacao-saudavel-em-tres-dicas/192