Saiba se é hora de comprar ou vender ações da Gol, que vai fechar capital
12/05/2022 - CNN BrasilA companhia aérea brasileira Gol e a colombiana Avianca anunciaram nesta quarta-feira (11) a formação de uma holding, chamada Grupo Abra, sob a qual os dois grupos de aviação vão compartilhar a mesma plataforma de negócios.
A Gol e a Avianca manterão operações independentes, enquanto, segundo comunicado, “se beneficiam de maior eficiência e investimentos feitos pelo mesmo grupo controlador”. Porém, a nova empresa terá capital fechado e sediada no País de Gales, no Reino Unido.
Dessa forma, os acionistas da Gol devem receber um valor – ainda não definido – sobre o preço da ação. Especialistas entrevistados pelo CNN Brasil Business apontaram que esse é o momento de comprar os papéis da companhia, e não vendê-los.
Mas, antes, todos eles advertem que o cenário ainda é muito vago porque não é possível compreender como será definido o valor que os acionistas minoritários deverão ganhar.
De acordo com o fato relevante da fusão: “a operação não acarretará a obrigatoriedade da realização de uma oferta pública de aquisição de controle para os acionistas minoritários, uma vez que não haverá alienação ou transferência de controle acionário”.
A oferta pública de aquisição, ou OPA, é um mecanismo usado pelas companhias que vão parar de ofertar seus papéis em uma bolsa de valores, e que teve seus papéis vendidos a um terceiro – como pode ocorrer com o Twitter e o Elon Musk – e, assim, neste exemplo, os acionistas receberiam um valor definido pelo CEO da Tesla.
“”Nem o MOBI FIA (fundo de investimentos) ou tampouco os irmãos Constantino (fundadores da companhia aérea) alienarão, direta ou indiretamente, qualquer ação da Gol”, informou o comunicado.
Sugestões
Heitor de Nicola, assessor de renda variável na Acqua Vero Investimentos, acredita que, por ora, a melhor opção é esperar a aprovação da união das empresas para então tomar alguma atitude. No momento, ele aponta que o movimento de fusão é positivo para ambos os grupos.
E ele, assim como o BTG Pactual e Ilan Arbetman, analista de Research da Ativa, têm um posicionamento de compra das ações da Gol.
Em relatório, o banco afirmou que “a nova aliança reflete o redesenho de parcerias no setor aéreo global e regionalmente, desencadeadas por mudanças estruturais de acionistas e desafios da Covid-19. O negócio é positivo para a Gol, então reiteramos nossa compra em uma de nossas preferências no setor de aviação”.
O papel encerrou a sessão desta quarta-feira a R$ 12,94, baixa de 1,67%.
Arbetman, por sua vez, declara que haverá uma possível expansão das rotas e adequação das malhas, movimento que pode mitigar alguns custos. “Ou seja, não é o momento para vender os papéis”.
“Além de existirem questões financeiras e tributárias porque serão duas grandes empresas e os acionistas da holding terão melhores condições para refinanciar passivos”, declarou o especialista.
Já Fabio Louzada, economista e fundador da escola Eu Me Banco, afirma que, apesar de concordar em esperar os próximos passos da fusão, prefere “sair do setor de turismo e viagens e ir para outros que possuem margens melhores e possam se beneficiar com o cenário atual de taxa de juros”.
O especialista destaca que os papéis de bancos costumam se segurar “em cenários ruins”. Louzada argumenta ainda que o setor de viagens tem pouca margem e de muito risco, já que são expostos a diversos fatores.
Movimentos já feitos pelo mercado
De prontidão, o mercado apresentou um movimento de agrado em relação à fusão, tanto que as ações da Gol subiram quase 2% após o anúncio da operação. Em entrevista à CNN, o consultor financeiro Paulo Bittencourt explicou que o movimento das companhias pode trazer mais rotas aéreas.
Porém, ele destaca ser uma tendência os papéis da companhia começarem a cair a medida que os dias vão se aproximando do fechamento de capital, marcado para provavelmente o segundo semestre.
“A fusão aconteceu porque empresas estavam com dificuldade [na pandemia] e tiveram um prejuízo… além disso, o preço do combustível está muito elevado, o que afeta cerca de 30% a 40% dos custos das aéreas”, lembra a analista da CNN Priscila Yazbek. Então, a operação visa dar suporte financeiro para as companhias.
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